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SAIBA QUEM É LENA BASTOS: HOMENAGEADA DA 3ª MOSTRA.DOC

Jornalista, professora, diretora, roteirista e montadora, Lena Bastos teve importante atual no cinema, tanto em São Paulo como em Florianópolis, desde a década de 80.


Helena de Assis Bastos, ou simplesmente Lena Bastos, é uma das figuras centrais na história do cinema em Santa Catarina. Formada em Cinema pela Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo, ela integrou uma geração marcada pela efervescência política e estética dos anos 1970, convivendo com mestres e grupos que transformaram a linguagem cinematográfica brasileira. Ao se mudar para Florianópolis, no início dos anos 1980, Lena trouxe consigo esse impulso de invenção e resistência, colaborando ativamente para a formação de um ambiente audiovisual no estado. Em 1994 fez pós-graduação em Ciências Sociais na Universidade Federal de Santa Catarina.

Atuou no jornalismo cultural, participou de movimentos de cinema e, mais tarde, se tornou professora universitária, lecionando na UNISUL entre o fimdos anos 1990 e início dos 2000. Entre 2007 e 2011 cursou Filosofia na UFSC.

Como diretora, roteirista e montadora, Lena construiu uma filmografia marcada pela experimentação formal e pela força de uma perspectiva feminista rara para o período. Em “A estória de Clara Crocodilo” (1981), realizado com Cristina Santeiro e trilha de Arrigo Barnabé, a artista mergulha na atmosfera de um cinema experimental, radical e musical atuando no roteiro e montagem. Já em “Bruxa Viva” (1998), filmado em 35 mm, dá corpo a uma ficção de potência visual e simbólica, atravessada pela cultura e pelas paisagens da Ilha de Santa Catarina, ao lado do filmes “A força da mulher” (1990) “ Ilha Catarina: mulheres e meninas (1985) consolida seu interesse por temas ligados à liberdade, ao corpo e à presença das mulheres. Também o teatro e a infância fazem parte de seu repertório de interesses com “A Revoada da gralha” (1990), “Teatro e criança” (1996) e “Futuro danação” (1991).

Suas obras articulam arte e política com delicadeza, tensionando os limites entre documentário e invenção. Lena propõe uma ética de trabalho que se estende à própria forma de fazer cinema —horizontal, afetiva e colaborativa — onde o processo é tão importante quanto o resultado. A presença do feminino em sua filmografia não é um gesto isolado, parte de uma visão crítica e sensível sobre a sociedade e as imagens que ela produz.

Como uma das pioneiras em cargos de direção no audiovisual catarinense, Lena Bastos também é referência na formação de públicos. Atuou na diretoria e presidência da Cinemateca Catarinense nos anos 1990. Foi crítica de cinema no “Novo jornal” em 1985 e logo depois no “Diário Catarinense”. Os textos que publicava no jornal estabeleciam uma conexão entre os conteúdos exibidos e geravam debate e formação de público, influenciando uma geração com a parceria que tinha com Gilberto Gerlach. Sua trajetória, entre São Paulo e Florianópolis, entre o cinema político e o experimental, inscreve uma memória viva de resistência e invenção que segue influenciando novas gerações.

Nesta edição da Mostra homenageamos sua trajetória e celebramos sua figura.

Frames do filme “Bruxa Viva” (1998), de Lena Bastos.
Frames do filme “Bruxa Viva” (1998), de Lena Bastos.

 
 
 

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